Testamos a Nova Nissan Frontier
Que as picapes estão cada vez mais com cara de automóveis de luxo com caçamba, não é mais uma novidade e dentro desse conceito a nova Nissan Frontier aposta alto em conforto, mas sem perder a robustez. No nosso test-drive com a Frontier comprovamos que as mudanças processadas nessa nova versão têm tudo para recolocá-la em um melhor patamar de vendas. O Motor+ testou por 10 dias a Nissan e pudemos comprovar ao volante, em uma avaliação mais completa, as primeiras (e boas) impressões deixadas durante a apresentação do veículo. Lembrando que a picape estreia novamente como importada em uma única versão, a LE de R$ 166.700, para chegar somente depois em grandes lotes.
As grandes mudanças começam pelo peso com o reforço estrutural ao chassi, que agora conta com oito barras transversais nas longarinas e, mesmo assim, ficou 14 kg mais leve. O regime se estendeu para a carroceria, que perdeu 94 quilos, e o motor 10 kg mais leve. No total a picape ficou 146 quilos mais leve, o que trouxe resultados bem perceptíveis na condução.
Sem perder capacidade de carga (1050 quilos) ganhou suspensão traseira com molas helicoidais em vez de feixes de molas semielípticas. Com essa alteração nota-se mais conforto e silêncio de rodagem, além de reduzir a sensação de que o veículo “flutua” em velocidade.
Na nossa avaliação, em trechos urbanos e um pouco de estradas de terra bem esburacadas, a suspensão mostrou que absorve bem o terreno e não apresenta oscilações laterais excessivas. (Na apresentação do modelo Tuiuti já havíamos testado esses atributos da picape em uma pista especial off-road). Em resumo a Frontier salta menos sobre imperfeições e não ameaça soltar a traseira a cada curva.
A Nissan também optou por redução de cilindrada: baixou de 2,5 para 2,3 litros, compensada pelo emprego de um segundo turbocompressor. Dessa forma o novo motor produz potência (190 cv) e torque (45,9 m.kgf) iguais aos anterior.
O motor garante bom desempenho (lembrando que são dois turbos, um de baixa e outro de alta pressão). Acima de 3.000 rpm o ruído se torna um pouco mais sensível na cabine, mas nada que comprometa o conforto. Em curvas, a suspensão mostra bom controle e os pneus (255/70 R 16) desenhados mais para asfalto seguram bem. A Frontier tem agora transmissão automática de sete marchas que permitiu relações iniciais mais curtas. Esse câmbio está substituindo o antigo de cinco velocidades. Ou seja, mais uma evolução para a Nova Frontier.
Vale destacar
Conforto ao volante é essencial e tem se tornado um diferencial de compra para quem procura uma picape, principalmente porque, cada vez mais, esses carros tem se tornado veículos de luxo com cabine, digamos assim. Nisso, todas as marcas tem feito um esforço cujos resultados são nítidos. Na Frontier não é diferente. Em ergonomia, a picape acerta nos bancos dianteiros, chamados de Gravidade Zero, com os assentos dando muito conforto e uma posição correta. Os ajustes elétricos para o motorista facilitam, diferentemente da pequena regulagem do volante somente em altura.
Consumo
Segundo o Inmetro, a Frontier fica na categoria B do programa de etiquetagem Conpet. Sâo 8,9 km/l de diesel na cidade e 10,1 km/l na estrada. Esses números, nós pudemos conferir ao longo da avaliação e pelas nossas medições, chegaram em torno de 8 km/l de diesel na cidade e um pouco melhor na estrada (11km/l) com pezinho leve!
Mais capricho no interior
A Frontier ganhou muito com novos acabamentos e equipamentos no seu interior. A versão LE equivale à antiga SL e tem bancos com revestimento tipo couro, central multimídia, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, ar digital duas zonas, com saídas traseiras, controles de estabilidade e tração, assistente de descida, banco do motorista com ajuste elétrico e os dianteiros aquecidos, faróis full led e partida sem chave.Uma tela LCD entre os instrumentos ajuda a modernizar o desenho do painel. A central Multi-App tem 2 GB de memória para baixar aplicativos e arquivos, porém a tela de apenas 6,2 polegadas sensível ao toque poderia ser maior.
Para que gosta de muitos lugares para objetos a Nissan tem de sobra. Há um porta-copo no console em forma de chave de boca, uma referência ao ideal operário das picapes, junto aos botões de aquecimento dos bancos dianteiros - não há ventilação. Um porta objetos na parte inferior do painel tem entradas auxiliar e USB.
A picape tem muitos mais pontos positivos que negativos, mas é inegável que há o que melhorar. Por exemplo, ela só tem dois airbags e faltam encosto de cabeça e cinto de três pontos para o terceiro ocupante traseiro. Em dimensões a Frontier está apenas 2 cm mais longa, com 5,25 m de comprimento. A largura passou de 1,78 m para 1,85 m e o entre-eixos diminuiu 5 cm, para 3,15 m.
Ficha técnica
Motor
Dianteiro, longitudinal, 4 cil. em linha, 2.3, 16V, comando duplo, turbo, injeção direta de diesel
Potência
190 cv a 3.750 rpm
Torque
45,9 kgfm a 2.500 rpm
Câmbio
Automático de 7 marchas, tração integral temporária
Outras informações
direção
Hidráulica
suspensão
Indep. McPherson (diant.) e eixo rígido (tras.)
Freios
Discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
pneus
255/70 R16
Dimensões
Compr.: 5,25 m
Largura: 1,85 m
Altura: 1,85 m
Entre-eixos: 3,15 m
Tanque
80 litros
Caçamba
805 litros (fabricante)
Peso
1.985 kg
Preço
R$ 166.700,00